“Saiba que é difícil, sempre no início dá muito medo de olhar pra si mesmo”, já dizia Leo Cavalcanti, numa tentativa de expor a fragilidade humana em seus momentos de autoavaliação. Não é fácil perceber a sua verdadeira realidade, dói perceber que suas atitudes não significavam tudo aquilo que você dizia ser, dói se perceber um outro alguém, completamente diferente de quem você esperava encontrar.
A autocrítica, talvez, seja uma das ferramentas mais poderosas no processo de desenvolvimento humano. Não é à toa que realizamos autoavaliações constantes, desde técnicas como Coach ou Mentoria, até as boas e velhas conversas de barzinho. Mas nem só de reflexões pode viver um ser humano, algo deve ser colocado em prática, não faz sentido algum avaliarmos nossos comportamentos se nada vai mudar. “Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura”, mas imagine se existisse uma proteção ao redor dessa pedra, imagine que essa proteção é você se impedindo de mudar a forma de lidar consigo mesmo.
Até em um processo de autocrítica é fundamental entender a postura certa para alcançar os resultados esperados. Assim como é necessário saber falar sobre si, é necessário saber ouvir sobre si. E não estou lhe dizendo para sair perguntando para todo mundo sobre o que acham de você, mas é necessário permitir que as pessoas se sintam a vontade para falar sobre suas atitudes e, por vezes, ler nas entrelinhas do que acontece ao nosso redor, realizando as interpretações mais realistas sobre o que o mundo está tentando dizer.
No meio dessa jornada, é natural existirem bifurcações e acabarmos escolhendo o caminho mais doloroso ou o mais errado, mas não precisa se culpar, faz parte da sua jornada de auto-conhecimento, faz parte da sua essência, e você precisa aceitá-la e aprender a lidar com o seu “verdadeiro eu” , sempre se permitindo mudar nos momentos necessários.
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Também não digo que toda essa caminhada tem prazo de validade. É algo contínuo, que deve estar presente no dia-a-dia. É necessário imprimir essa atitude como um recurso natural de amadurecimento, e mesmo que não consiga atuar sozinho, treine sempre para encontrar soluções e não para pedir ajuda. Palavras de um especialista ou conversas de barzinho devem vir com um braço do seu processo de auto-conhecimento, pois o principal responsável é você, e como disse Nathalie Trutmann “ninguém pode duvidar de nós ou correr atrás de nossos sonhos mais que nós mesmos“.
Permitir se conhecer e, principalmente, mudar o que é necessário mudar, dói, mas as transformações que causam são praticamente irreversíveis, você nunca mais será o mesmo. Em certos momentos, vai olhar para si e se perguntar quem era aquela pessoa que deixou para trás, vai se orgulhar do ser humano que se tornou e, o mais importante: vai permitir que mais transformações aconteçam.
Então, olhe-se no espelho e se permita enxergar o que está realmente sendo refletido.