Hoje, Francisco acordou se sentindo especial. Levantou cedo, tomou um belo banho ao som de uma dessas playlists famosas do Spotify, se vestiu cantando, e saiu correndo para a faculdade.
Chegando lá, ele depara com todos os alunos fora da sala.
– O que aconteceu?
Os alunos respondem, em alto e bom tom festivo:
– Não vai ter aula hoje!
Impaciente, Francisco retruca o ar brincalhão dos amigos de turma:
– Sério? Porra… logo hoje que eu vim com vontade de assistir aula e aturar aquela professora chata. Essa universidade não presta, mesmo. Tenho que sair daqui!
– Calma, menino! A gente já sabia que isso iria acontecer. Afinal de contas, não é a primeira, e nem vai ser a última, que isso vai acontecer, né! – diz Bia.
Sem muita esperança, Francisco decide sair.
– Bom…já que não vamos ter aula, o que tem pra fazer hoje?
– Para casa, hoje é quarta e não tem nada para fazer na cidade, como sempre.
– É… Parece que eu tenho que mudar de vida mesmo. Não nasci para viver aqui.
Francisco pode ser apenas um personagem, mas que representa muita gente que tem o mesmo discurso. Eu mesma já desejei sair de São Luís várias vezes, por achar que eu merecia coisa melhor. Mas que loucura minha! Ter de sair do lugar onde vivem os meus amigos, minha família, minhas histórias, por achar que mereço coisa melhor.
Por direito, nenhum cidadão precisaria sair de sua cidade para ter uma boa qualidade de vida, ou no mínimo, uma educação de qualidade. Mas a realidade é que hoje existem Ciências sem Fronteiras, Canadá Brasil, Fundação Estudar e vários outros programas de incentivo à vivência internacional. Mas tudo isso vem dando um sentido diferente às experiências de quem já tinha desejo de sair da sua cidade ou até do país.
As pessoas têm a falsa impressão de que deixar sua cidade ou seu país e voltar um tempo depois vai fazer com que aquele lugar deixado para trás se desenvolva com ajuda de forças divinas, que o pensamento das pessoas vai mudar só porque existem textos bonitos em blogs interesantes, que o asfalto se conserte sozinho ou até que vai aparecer uma Universidade Harvard de uma hora para outra.
E você, sim, você, que está lendo esse texto, aprenda de uma vez por todas: quem faz a mudança é você! Se você quer ver as coisas diferentes, faça algo. Se você quer que tenham uma imagem boa do seu país, fale bem dele. Se você quer que falem bem das pessoas, seja a pessoa que você quer que as pessoas falem. Se você quer que sua cidade ou seu país seja melhor, seja ideal, então está na hora de você fazer alguma coisa por ele.
Quer se sentir importante? Faça alguma coisa. “Nada vem de graça! Nem o pão, nem a cachaça.”
1 comentário
Excelente dona Dea! Sejamos a mudança que queremos ver!
show!