Já li alguns textos com lista das 15 coisas que você precisa parar de fazer para ser feliz, das 10 coisas que você precisa saber para não ser um idiota, das 20 coisas que você deve fazer antes dos 30, das 20 coisas que todo jovem de 20 e poucos anos deveria saber. Daqui a pouco, vai surgir a Lista das mil listas que você deveria ler antes de morrer.
Apesar da ironia, algumas são bem interessantes, e têm bastante sentido, se forem analisadas no contexto das nossas vidas. Mas, como dizem: a gente só entende algo quando passamos pela situação.
Há um bom tempo, em um grupo de amigos espalhados pelo Brasil, um deles nos desafiou a escrever uma lista das 100 coisas que gostávamos de fazer. Com ela finalizada deveríamos tirar foto nos momentos em que estivéssemos fazendo todas essas coisas e postar no Instagram ou Facebook. Os nudes a gente mandaria para o privado.
E independente do conteúdo da lista, o principal objetivo do desafio era fazer com que sempre nos lembrássemos uns dos outros. Uma forma de confirmar, que mesmo longe, estamos presentes na vida de cada pessoa daquele grupo.
Mas, como já era de se esperar, todos demoraram para iniciar a tal lista. Então chegou o meu dia, e me peguei tentando escrever as 100 coisas que eu gostava de fazer. Sim, tentando, porque depois de tanto tempo sem dar atenção para tudo o que eu realmente valorizava, percebi que havia deixado um pouco de mim no passado.
Continuei o desafio e quando passei do 50ª item, comecei a pensar: “Será que eu realmente vou fazer tudo isso? Será que eu vou, ao menos, conseguir lembrar de tirar as fotos? Vale a pena continuar a escrever essa lista?” E naquele momento, escrever um amontoado de 100 itens havia se tornado a coisa mais entediante do mundo.
A resposta para todas essas perguntas? Não! Um não vindo de todos os que foram desafiados, mesmo que ninguém dissesse algo. Um não simples e esquecido, sem que ninguém mais tocasse no assunto.
Listas, são meros lembretes do que ainda queremos fazer, de objetos que precisamos levar conosco, de exames que precisamos realizar, de pessoas que queremos visitar, das comidas que ainda queremos provar…
Mas se ainda precisamos lembrar do que nos faz feliz, talvez estejamos nos esquecendo de quem realmente somos, de onde viemos e, principalmente, aonde queremos chegar. Não adianta escrevermos listas vazias e esquecermos que elas existem. Precisamos olhar para nós mesmos, parar o tempo por um minuto e colocá-las em prática, permitindo que algo aconteça.
Te faço um desafio, então. Pegue todas as listas acumuladas, e se ainda tiverem sentido para você, comece a colocá-las em ação. E se em um determinado ponto, suas ações já forem tão naturais que não precisem de listas, esqueça-as! E continue vivendo o futuro, que se tornou o seu presente.
2 Comentários
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Ótimo texto, Dea!
O pior é fazer uma lista dessa, e vê que deixamos de fazer muitas coisa que nos faz bem. E fico analisando, será que estou me tornando uma pessoa feliz ou uma que está presa na rotina, na zona de conforto, sempre me vejo nesse confronto.
O bacana disso e vê que eu nunca mudei o foco, que é ser feliz.